Com as sinalizações feitas por Jair Bolsonaro (PL) e Hamilton Mourão (Republicanos) de que possivelmente não participarão da cerimônia de transmissão da faixa presidencial, o presidente eleito Lula (PT) e a futura primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, chamada carinhosamente de Janja, avalia três alternativas para a realização da entrega da faixa que simboliza a posse no cargo.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Confirmação de como a cerimônia acontecerá só deve ser anunciada de última hora, pois Janja deseja surpreender
De acordo com informações da CNN Brasil, Lula e Janja estudam seguir a hierarquia da República, contando com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, e Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, para que um deles faça a entrega da faixa presidencial.
Questionado sobre o assunto, Lira afirmou que ainda não havia sido consultado sobre a hipótese. Também perguntado sobre, Pacheco disse o mesmo, mas adiantou está à disposição, para realizar a entrega da faixa.
A segunda opção, no entanto, seria que o próprio presidente eleito colocasse a faixa em si mesmo. Porém, na visão de Janja, a ação seria interpretada como arrogante e poderia repercutir negativamente.
Já a terceira opção para a entrega da faixa presidencial é a favorita da primeira-dama. Nela, quatro integrantes da sociedade civil: um indígena, uma pessoa preta, uma criança e uma mulher, passariam a faixa um para o outro até que a criança a colocasse em Lula.
Ainda de acordo com apuração da CNN Brasil, a confirmação de como a cerimônia acontecerá só deve ser anunciada de última hora, pois Janja deseja surpreender.
Simbolismo e Histórico da Cerimônia
Para o historiador, filósofo e professor Estevão Martins, a faixa presidencial “é um símbolo que não tem nome, transmitido de uma pessoa a outra. O rito de transmissão da faixa é fundamental para mostrar que o poder também passa”, explicou.
Desde a redemocratização do Brasil, apenas o presidente João Baptista Figueiredo deixou de entregar a faixa para José Sarney, em 1985. O presente eleito Tancredo Neves foi hospitalizado e morreu antes de tomar posse. Assim, coube a Sarney, o vice-presidente, a assumir o cargo.