Famílias de refugiados que vivem no interior de SP há quase 1 ano decidem voltar à Ucrânia – Globo.com

Uma das integrantes do grupo que está em Sorocaba, Valeria Okorokova, de 22 anos, disse ao g1 que entende que o retorno será complicado, mas que, mesmo assim, precisa voltar à Ucrânia para visitar os túmulos do pai e do avô. O pai dela morreu lutando no conflito, em outubro do ano passado.

Segundo Valeria, a adaptação no Brasil foi difícil e, para conseguir se restabelecer no país de origem, ela precisará vender os quadros que fez e um violão. Apesar do esforço, a jovem quer agora voltar para um lugar conhecido: “um consolo é que tenho um Senhor e que ele cuidará de mim”, continua.

A Igreja Família, que acolheu os ucranianos em Sorocaba, lançou uma campanha de arrecadação de dinheiro para ajudá-los a retornarem ao país até o mês de março. Ao todo, são 17 pessoas, de quatro famílias diferentes.

As passagens aéreas serão custeadas pelo Global Kingdom Partnership Network (GPKN) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), segundo a igreja. Mas a lista de necessidades do grupo também conta com:

Custo total: R$ 28.251,90
As famílias ucranianas já têm R$ 7.800 em caixa.

Quem quiser ajudar pode entrar em contato com a pastora Fabrícia Lemski através do celular (15) 99707-0622.

A recepção dos refugiados da guerra é um movimento liderado pelo GKPN, uma rede com mais de 100 mil igrejas, localizadas em 108 países.

Os refugiados foram selecionados nas fronteiras pelo GKPN, com a ajuda de igrejas filiadas daquelas regiões, mas as próprias pessoas puderam escolher os países para onde iriam.

No caso do Brasil, o governo abriu as portas para receber os ucranianos. O próprio GKPN assumiu os custos financeiros para trazer as famílias para o país.

No segundo estágio, as igrejas filiadas ao GKPN no Brasil se colocaram à disposição e escolheram quantas famílias poderiam receber, assumindo os custos e cuidados dessas pessoas pelo período inicial de um ano.

Os cuidados incluíam moradia (casa individual para a família, ou seja, os refugiados não moravam em casas compartilhadas com brasileiros); alimentação; cuidados pessoais com roupas e demais itens básicos; saúde, estudo e acompanhamento da família na cidade.

Na época, o pastor da igreja de Sorocaba, Eduardo Bortolossi, informou que o processo de acolhimento dessas quatro famílias que voltarão à Ucrânia já estava na fase de aguardar a chegada dos maridos e filhos.

“As famílias vão escolher se querem ficar no Brasil, e vamos dar todo o suporte para eles viverem e darem sequência na vida aqui. Se eles quiserem voltar para a Ucrânia, aí nos vamos ajudá-los a ir embora e vamos reconstruir as moradias deles lá”, explicou o pastor.